sábado, 2 de junho de 2007

Welcome home Annie

Nos últimos dias tentei imaginar o que sentirá alguém quando se aproxima o dia de um reencontro com alguém a quem se ama de forma incondicional, assim como mãe e filha. Um reencontro com alguém que esteve fora por muito tempo.
Se para mim já é difícil duas ou três semanas de ausência, pergunto-me o que serão meses de ausência com um oceano pelo meio???
Não consigo imaginar mas penso que esse alguém talvez se sinta incompleto, sinta como se lhe faltasse uma parte de si, talvez seja assim...
Creio que numa viagem, a partida e a ausência seja mais difícil para quem fica do que para quem parte.
Quem parte vai de espírito aberto, à descoberta da novidade, à descoberta de um mundo novo, de uma nova vida, de uma nova música.
Quem parte vai preencher várias partes de si com a novidade, com o desconhecido.
Quem fica sobrevive! Quem fica recorda! Recorda numa música, numa fotografia, num prato preferido, numa camisola especial, numa cor, nas palavras, nos amigos comuns, nos sonhos...
Quem fica agarra-se às pequenas coisas do dia-a-dia, agarra-se aos que ficaram, agarra-se às lembranças, agarra-se ao dia da chegada.
Quem fica queima tempo até ao dia em que se completará uma vez mais...
E quando o dia do regresso chega?
Bem, penso que quem chega com uma alma mais rica, com um brilho diferente no olhar, com uma enorme experiência de vida e com saudade do que deixou para trás... esperando talvez um dia, poder rever tudo o que lá deixou.
E quando o dia do regresso chega quem ficou, vive os últimos momentos de "solidão" com angustia mas, ao mesmo tempo, com um estranho prazer, um prazer que se sente quando sabemos que algo que muito desejamos vai finalmente acontecer, ainda que não saibamos nem a hora nem o momento exacto, só sabemos que vai acontecer, daqui a pouco, daqui a nada.
Alegria, ternura, cumplicidade, amor latente... é o que sai em rodopio por cada poro da pele quando se dá aquele abraço que está guardado há muitos dias, há muitos meses.
Mas sobre isso não sou eu quem deve falar!

Bem vinda miúda!

10 + 5 comentários para parecerem muitos:

Rafeiro Perfumado disse...

Não te vingues é nas unhas, ok?

Anónimo disse...

Bonito, miúda, gostei mesmo!

Lilith disse...

RAFF: Cãopanheiro, fica sabendo que eu não sou nada vingativa! :-))

ARION: Amigo, tava assim como que inspirada. Beijo

Silver disse...

eu cá vou dizer o que acho:
primeiros: acho que tens metade da razão.
segundos: na verdade, e apesar do entusiasmo que alguém que parte pode ter, e tem, à noite, quando descansa a cabeça na almofada, sente uma terrivel saudade dos que cá deixou.
já disse. bjiiiinhes kida

Lilith disse...

SILVER: Pois eu acho que tens muita razão no que dizes sim senhora! Na me lembrei desse grande pormenos«r! Aparece sempre!

Anónimo disse...

LOL. Adorei a reposta ;)

neva disse...

ora bem este tema para mim é bastante real, pois namorei 4 anos em que a maior parte foi com um oceano e um continente de separação.
a verdade é que essa novidade para quem sai, pode ser muito ameaçadora e quem fica sem duvida que se agarra aos mínimos pormenores. mas à medida que o tempo passa, a pessoa aprender a viver assim e quando há o reencontro tem de haver uma fase de adaptação a voltar a poder abraçar, olhar, beijar a outra pessoa.

Lilith disse...

NEVA: É verdade isso que dizes quando acontece o reencontro, eu e a minha cara-metade também o sentimos quando nos encontramos. Jokas

Lord of Erewhon disse...

:)

Lilith disse...

LORD: Ainda bem que gostaste!