sábado, 5 de abril de 2008

Porque nos vestimos?


Outro dia peguei nuns recortes de uma antiga revista, tenho a mania de guardar noticias e crónicas para as ler quando tiver tempo e, reli um artigo cujo titulo era: "Para que se vestem as mulheres?" (revista Máxima).

Ultrapassada a primeira ideia, aquela que todos sabemos - para nos protegermos - vestimo-nos para quem? Sim, porque nós vestimo-nos para alguém.

Estudos que estão na base do artigo dizem que as mulheres se vestem para se sentirem bem consigo próprias, outras vestem-se para os maridos e, outras há, confesso que foi destas que mais gostei, vestem-se para as outras mulheres. Uma forma de competição, dizia o tal artigo, o que não deixa de ser curioso e, ao mesmo tempo verdadeiro, penso eu, já que nós mulheres observamos e de que maneira a formas como as outras mulheres com as quais nos cruzamos, ou com quem privamos, se vestem.

Ao longo dos tempos, o conceito de beleza, bem como o conceito de moda foram-se alterando e, ainda bem, assim houve lugar para todos e, hoje em dia, creio que o que está na moda é precisamente o ser-se diferente, é o original, são as peças que estão fora de moda conjugadas de forma a fazerem uma nova moda.

A estilista Maria Gambina dizia que não adianta pôr uma roupa para parecer sexy, porque a sensualidade está o olhar, nos gestos e na atitude. Eu vou mais longe, e digo que se nasce ou não sexy, porque ser-se sexy é algo que não se aprende, ou temos ou não temos e, se não temos, havemos de ter outro atributos, não?

O sociólogo Humberto Eco na obra - espectacular - "O hábito faz o monge" refere que só cerca de 50% do que usamos é vestuário necessário para cobrir, proteger do calor ou do frio, os outros 50% são os milhares de detalhes com que nos adornamos e que transformam um simples vestido ou uma camisa num elemento com um código próprio.

No entanto estes códigos acabam por ser fracos uma vez que mudam rapidamente.

Creio que nos vestimos mais para os outros do que para nós próprios, o que não quer dizer que não o façamos para nos agradarmos a nós próprios é claro que sim! Terá que haver uma identificação entre nós e a nossa roupa para nos sentirmos bem quando saímos à rua, contudo acabamos sempre por tentar agradar aos mais próximos ou aqueles que queremos mais próximos, ou seja é uma forma, entre tantas de seduzir e de se identificacar com o "grupo" e, recordo aquela frase "Se todos, salvo eu, fossemos cegos, eu não desejaria móveis finos nem uma casa bonita" - Benjamin Franklin


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